sexta-feira, 19 de março de 2010

Cinema 3-D: Desconforto visual, Dor nos olhos e Dor de cabeça


Dor de cabeça, tontura, náusea, dor nos olhos, na testa, desconforto visual, ardência nos olhos e sensação de cansaço. Parecem até sintomas de dengue ou de alguma virose, mas não são. E eles podem evoluir para crises de epilepsia ou labirintite, dependendo do caso. Quem diria que assistir a um filme num cinema 3-D poderia ser tão prejudicial... Mas apenas a quem tem alguma pré-disposição, como ser epiléptico, ter labirintite, sofrer de enxaqueca ou ter insuficiência de convergência (nome dado à movimentação dos olhos para unificar a visão dos dois olhos). Se você for estrábico ou tiver visão alternante (quando a leitura, feita pelo cérebro, da visão de um olho é melhor que do outro) não terá sintomas, mas também não conseguirá aproveitar o melhor do 3-D: quando as imagens parecem saltar da tela. Para esta que vos fala, a experiência no Imax foi catastrófica, o que motivou esta reportagem (leia o post no Blog Mente Aberta "Assisti Avatar e perdi uma noite de Carnaval").

"Para ter boa percepção do filme 3-D é necessário boa acuidade visual em ambos os olhos, isto é, que o cérebro não se interesse pelas imagens só de um dos olhos, e que haja convergência, ou seja, fusão dessas imagens no cérebro", afirma o oftalmologista Osvaldo Travassos, da Sociedade Brasileira de Oftalmologia e professor titular da Universidade Federal da Paraíba. Numa sessão em 3-D, duas imagens são exibidas na tela: é como se uma fosse a do olho esquerdo e, a outra, do direito. Sem os óculos, elas ficam sobrepostas, embaçadas. Os óculos fazerem o trabalho dos olhos de convergir as imagens, ou seja, de unificá-las, tornado-as nítidas. Quando o filme lança mão do recurso de três dimensões, exige que os olhos, agora eles, façam tal movimento de convergência (confira no infográfico abaixo). É nos momentos em que o longa mais exige esse exercício que o cinema 3-D se torna mais emocionante – ou, para alguns, vertiginoso.

Se os músculos reto-mediais, responsáveis por esse movimento dos olhos chamado convergência, não estiverem em plena forma, é possível que o espectador saia com dor de cabeça do cinema, principalmente do Imax, onde a tela é muito maior, bem como a imersão na cena. Esse descompasso se chama desequilíbrio no balanceamento ocular, o que não é nenhuma doença grave e pouco interfere na visão do dia a dia, mas pode complicar as visitas aos cinemas. Quem tem esse pequeno problema corre o risco de sair com os olhos vermelhos da sessão: quando um músculo é muito solicitado, ele demanda mais sangue, irrigando mais os vasos e deixando a região vermelha.

Diversão para alguns, desconforto para outros. Você se sente bem depois de uma sessão de 2h30 de cinema 3-D?

Fonte: Revista Época

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